Quem tem uns 30 anos ou mais deve lembrar do famigerado bug do milênio, na virada do milênio entre 1999 e 2000.
Na época, muitos pesquisadores e cientistas se preocuparam com um possível bug capaz de causar danos na nossa sociedade.
Basicamente, todo sistema eletrônico (ou quase todo, pelo menos) tem um calendário interno. Termômetros, relógios digitais, computadores, video-games, máquinas de controle de vôo... enfim, uma infinidade de serviços já dependia de sistemas computadorizados com calendários internos.
O problema: a programação daqueles computadores trabalhava com o ano sempre como "19XX", mudando apenas os últimos dois dígitos.
O Bug do Milênio, então, seria a mudança de ano no calendário dos computadores de 1999 para 1900 ao invés de 2000.
Isso poderia gerar uma pane generalizada em vários sistemas e equipamentos, o que poderia causar danos consideráveis à nossa sociedade.
Para resolver o problema, os profissionais da área fizeram um mutirão de edições nos computadores pelo mundo para adaptar o código e permitir a mudança de 1999 para 2000 e os danos foram mínimos, fazendo que o "bug do Milênio" fosse mais uma lenda do que alguma coisa real.
Porém, o risco de algo assim acontecer agora, 18 anos depois, é real, só que no Japão.
O país asiático tem dois calendários: um que segue o calendário gregoriano para acompanhar o mundo ocidental e outro, próprio e mais tradicional, que acompanha o atual Imperador Japonês.
Esse calendário segue o imperador em exercício no país, atualmente o Imperador Akihito, tem 84 anos e ocupa a posição desde 1989.
Ele abdicará do cargo em abril de 2019 em favor do seu filho Naruhito, que passará a ser o novo imperador.
O problema: o calendário tradicional japonês mudará, pois mudará o imperador, e isso pode afetar os sistemas computadorizados do país, já que acontecerá a mesma lógica do bug do milênio.
Serviços como os correios, bancos, vendas de ingressos ou bilhetes para cinemas, transportes e mais opções de serviços podem sair prejudicados por causa dessa situação.
Além disso, o registro de pagamentos de impostos no Japão, além da impressão de registros de endereços residenciais e comerciais podem ser afetados. Até a retirada de dinheiro de caixas eletrônicos pode ser impedida por causa dessa situação.
O que está sendo feito para corrigir isso? A Microsoft reconhece que o problema é real e parece com o bug do milênio, mas que é possível resolver o problema.
No momento, os especialistas trabalham para encontrar soluções que minimizem o problema até a troca de imperadores em abril do ano que vem.