Há alguns anos, o ex-espião da CIA Edward Snowden revelou um complexo esquema onde a CIA e a NSA, duas agências de segurança norte-americanas, espionavam basicamente o mundo inteiro.
Com acesso à câmeras de celulares e de computadores, as duas agências conseguiam espionar os cidadãos comuns do mundo inteiro, mas também líderes empresariais ou políticos de outros países.
Entre os espionados, estavam a então presidente da República Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela Merkel.
Agora, segundo o New York Times, o jogo virou e quem é espionado é o presidente dos EUA.
Segundo uma reportagem do jornal, espiões russos e chineses conseguem escutar e monitorar todas as conversas que o presidente americano Donald Trump faz no seu iPhone pessoal.
A matéria cita oficiais da ativa do serviço de segurança americano e alguns ex-oficiais como a fonte da informação, ressaltando que eles tentaram alertar o presidente americano, mas sem sucesso.
Segundo os especialistas de segurança ouvidos pelo New York Times, isso só acontece porque Trump "não segue procedimentos básicos de segurança" ao usar seus telefones.
De acordo com a reportagem, Trump tem acesso a três iPhones. Dois deles são oficiais do governo, um só para aplicativos e outro só para ligações. Ambos foram modificados para ficarem mais seguros e reduzir as chances de interceptações ou invasões.
Já o segundo é um iPhone pessoal, sem modificação nenhuma, e bem menos seguro. Apesar disso, a matéria diz que o fato do presidente americano usar um iPhone é tido como um "progresso", porque antes ele usava um Android que era considerado menos seguro.
De acordo com a matéria, o presidente não fornece seus telefones para serem substituídos a cada 30 dias, como diz o protocolo de segurança, além de fazer ligações pelo celular ao invés de usar a linha fixa segura fornecida pela Casa Branca.
Segundo o jornal, isso acontece porque chamadas de telefones celulares viajam por torres de celular, cabos e switches e, por isso, podem ser interceptadas. Existem medidas que ajudam a proteger as emissões e fica difícil identificar qual é exatamente a sua chamada, mas é possível ludibriar essas proteções.
No Twitter, o presidente americano chamou a matéria do New York Times de "fake news":
"O New York Times publicou uma nova matéria falsa agora sobre os russos e os chineses (finalmente começaram a falar mal da China) estarem ouvindo minhas ligações no celular. Só que eu raramente uso um celular e, quando uso, é apenas o autorizado pelo governo. Eu gosto das linhas fixas. [Essa matéria] é só mais fake news inventadas!".
Já Hua Chunying, diretora-adjunta do Ministério de Relações Exteriores da China, também negou a matéria do New York Times, dizendo que se trata de uma notícia falsa e que "muitos na América trabalham pesado para ganhar o Oscar de melhor roteiro".
Ela ainda aproveitou para provocar os EUA dizendo que "se os americanos estão preocupados com um iPhone sendo grampeado, podem sempre usar um Huawei".
Ela citou a marca Huawei porque, recentemente, agências de inteligência no EUA pediram aos cidadãos que não comprem celulares da Huwaei.
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