No ano passado, uma grande polêmica foi implementada no noticiário tecnológico (e criminal) nos EUA. De um lado da polêmica estava o FBI, que queria que a Apple disponibilizasse uma "chave de segurança" que permitisse que o FBI e as agências de segurança nos EUA pudessem desbloquear qualquer iPhone de criminosos nos EUA. Do outro estava a Apple, que afirmava que esse tipo de medida enfraqueceria a segurança de milhões de usuários de iPhones no mundo todo.
A briga ganhou especial destaque por causa do caso do atirador de San Bernardino, cujo iPhone poderia ajudar a entender a tragédia, seus envolvidos e ajudar a prender outras pessoas que estivessem por trás da ação. Porém, a Apple seguiu firme dizendo que uma chave de segurança que quebrasse a proteção do iPhone seria apenas uma porta para que hackers do mundo todo colocassem milhões de pessoas em risco pelo globo por causa disso.
No fim, a Apple acabou vencendo e a Justiça Americana não ordenou que tal chave fosse criada, mas o FBI contratou a empresa Cellebrite, do Israel, que tinha um método para poder extrair informações de um iPhone.
Porém, o tempo mostrou que a Apple estava realmente certa em temer que uma chave de segurança poderia significar uma fraqueza no sistema do iPhone. A prova disso é que a Cellebrite foi hackeada no mês passado, com mais de 900 gigas de informações sendo roubadas da empresa, incluindo os segredos para poder desbloquear Androids, iPhones ou Blackberrys.
Além disso, os dados divulgados na rede mostraram que a empresa pode ter vendido sua tecnologia de desbloquear aparelhos para os governos de pelo menos três países: a Rússia, Turquia e o Emirados Árabes Unidos.
Segundo o hacker que fez o ataque à empresa israelense, os dados foram todos retirados de um servidor remoto da empresa e a criptografia dos arquivos foi possível de ser contornada. Ou seja: mesmo com bastante proteção, ainda assim foi possível acessar as informações e ter acesso às ferramentas utilizadas para burlar o iOS da Apple.
Para utilizar o método da Cellebrite, é necessário ter o aparelho em mãos. Ou seja: não funciona pela Internet, pode ficar tranquilo.