Se você acha que apenas o Brasil tem problemas com a Justiça bloqueando diversos aplicativos ou sites por motivos arbitrários, é melhor pensar de novo.
A corte de justiça da Rússia decidiu ontem bloquear o site LinkedIn, uma rede social focada nas carreiras e percurso profissional dos usuários.
O motivo para o bloqueio do LinkedIn na Rússia é relativamente simples: a rede social não se adequa às novas regras e legislações da Rússia.
A rede social, que foi comprada recentemente pela Microsoft por 26 bilhões de dólares, não armazena os dados sos seus usuários em servidores e data centers locais. A nova legislação russa diz que todas as empresas de tecnologia que usarem dados dos cidadãos do país deverão respeitar essa norma.
Foram essas leis, inclusive, que impediram o Spotify de chegar até a Rússia e fizeram o aplicativo desistir de atuar no mercado russo.
Essa nova lei da Rùssia vem gerando muita polêmica no país.
De um lado, os legisladores dizem que a lei tem como objetivo proteger os cidadãos russos. Afinal, se seus dados estiverem em data centers na própria Rússia, eles ficarão protegidos de invasões internacionais.
Já os críticos à lei revelam que o objetivo verdadeiro dela seria uma maior vigilância do governo russo sobre os dados pessoais dos seus cidadãos.
Segundo os críticos, se os dados forem armazenados na Rússia, então o governo poderia acessá-los sem uma ordem judicial. Já se o armazenamento estivesse em outro país, o processo seria muito mais difícil.
Esse tipo de lei é, de certa forma, uma resposta aos escândalos de espionagem revelados por Edward Snowden contra a NSA, a agência nacional de segurança dos EUA.
Além da Rússia, outros países também tem trabalhado com o mesmo objetivo, como a Alemanha que aprovou uma lei muito similar recentemente.
O Marco Civil da Internet, no Brasil, apesar de não ter as mesmas restrições, também segue esse caminho.
Por enquanto, apenas o LinkedIn foi bloqueado na Rússia, apesar de outros sites como o Facebook ou o Twitter também não cumprirem a Lei. Segundo os especialistas, essa decisão foi uma espécie de “aviso” para que os outros sites arranjem data centers o mais rápido possível.