O jogo FIFA 17, para PC, PS4 ou Xbox One, pode acabar sendo bloqueado e proibido na Rússia em breve.
Alguns parlamentares russos enviaram um pedido oficial para o Roskomnadzor, órgão nacional responsável pela regulação e controle de comunicações no país.
O pedido deles é que o órgão investigue o FIFA 17 e decida se o game pode ser enquadrado no conceito de "propaganda homossexual".
A "teoria" dos parlamentares russos de que o FIFA 17 faria "propaganda homossexual" se dá em cima de uma ação realizada no fim de novembro.
A ação foi feita em parceria com o grupo inglês Stonewall, que é focado em combater a homofobia e a transfobia no futebol.
A campanha, intitulada Rainbow Laces, foi iniciada após uma pesquisa divulgar que 72% dos frequentadores de estádios na Inglatera já tinham ouvido insultos homofóbicos ou transfóbicos durante a partida.
Para apoiar a campanha, a EA Sports liberou um uniforme com as cores do arco-íris (símbolo da luta pelos direitos LGBT) para os times que participam do Ultimate Team, um modo de disputa onde os jogadores podem criar equipes virtuais e utilizá-las em seus jogos.
Os parlamentares russos consideraram que essa ação da EA Sports "incentiva os usuários a apoiar a ação Rainbow Laces que apoia pessoas LGBT".
Quem acompanha as notícias sobre a Rússia sabe que o país é um dos mais ferrenhos adversários dos direitos do público LGBT e promotor de diversas ações contra essas pessoas.
O primeiro passo agora é a investigação do Roskomnadzor sobre o game, para determinar se a campanha do jogo realmente "incentiva" o apoio para a ação da Rainbow Laces.
Como parece claro, essa investigação será positiva já que o jogo realmente apoia a campanha (o que não há nada de errado, óbvio).
Quando isso acontecer, o veredito da Roskomnadzor vai exigir alguma medida por parte da EA Sports.
A empresa poderá ter de mudar o game e tirar o uniforme na Rússia, mudar a classificação indicativa do game ou mesmo ter o título banido e removido do mercado russo.
Essa não é, claro, a primeira ação do governo russo envolvendo tecnologia ou mesmo homossexualidade em 2016.
Os caras já proibiram softwares da Microsoft em computadores do governo, impediram o funcionamento do LinkedIn no país, prenderam um cara que jogou Pokémon Go numa igreja e bloquearam um dos maiores sites de conteúdo adulto do mundo.