Imagine que seu chefe passa um trabalho para você e, por causa de um erro bobo de cálculo, você preder $45 milhões de dólares da empresa. Provavelmente seria demitido por justa causa, certo? Pois esse é o cenário em que cientistas russos vivem hoje.
A agência espacial Roscosmos enviou em novembro um foguete chamado Soyuz, que carregava um satélite de $45 milhões de dólares para colocá-lo em órbita. Porém, os cientistas perderam contato com o foguete e o satélite logo após o seu lançamento.
A razão disso? Um erro de cálculo bobo.
Originalmente, a Roscosmos usa uma base de lançamento no Cazaquistão, na cidade de Baikonur. Essa cidade é administrada totalmente pelo governo Russo, como uma espécie de herança da época da União Soviética - o Cazaquistão fazia parte do governo soviético e fez um acordo com os russos para eles usarem o centro de lançamento espacial em Baikonur.
Porém, contudo e todavia, a Rússia construiu recentemente um novo centro de lançamentos em território russo, em Vostochny, de onde o foguete Soyuz foi lançado.
O problema é que os cientistas não utilizaram a base de Vostochny nos cálculos de coordenadas do foguete - usaram as coordenadas de Baikonur.
Ou seja: eles lançaram o foguete de uma base, mas programaram ele como se estivesse sendo lançado de outra. A diferença geográfica fez com que o foguete se perdesse no espaço já que ele nunca chegou onde deveria ter chego originalmente.
Quem revelou o incidente foi o primeiro ministro russo Dimitry Rogozin, em uma entrevista ao Rossiya 24, TV estatal da Rússia.
Além do satélite de $45 milhões de dólares, o Soyuz ainda levava 18 outros satélites menores de vários países e empresas, que tinham "alugado" o foguete para colocar esses satélites no espaço.
São satélites da Noruega, Suécia, Japão, Canadá, Alemanha, EUA e até mesmo da própria Rússia.
O pior é que essa nem é a primeira vez que a Roscosmos perde satélite de outros países. Em 2015, um satélite mexicano explodiu poucos minutos após a decolagem por causa de um erro humano. Em 2016, algo parecido aconteceu com o Japão: um satélite de incríveis $273 milhões de dólares, transportado pela Roscosmos, foi perdido no espaço por erro humano russo.