Na semana passada, o Governo Temer anunciou uma série de medidas com o objetivo de reacender a economia brasileira e tirar o país da crise de recessão que enfrenta no momento.
Entre as medidas, estava uma mudança importante para tentar esquentar o mercado de consumo no Brasil. O governo anunciou uma mudança no prazo do pagamento no cartão de crédito para os lojistas por parte das operadoras.
O que aconteceu:
Atualmente, as operadoras de cartões (bancos e afins) possuem 30 dias para repassar o dinheiro do que foi vendido para os lojistas. Nesse tempo, as operadoras recebem dos consumidores (que levam, em média, 26 dias para pagar a fatura) e podem repassar o valor para os lojistas.
Sem esse recurso, as operadoras precisam de muito dinheiro em caixa para repassar o crédito para os lojistas.
O Governo anunciou que o novo prazo seria de apenas 2 dias, com sanção do Banco Central prevista para essa terça-feira, dia 20 de dezembro.
O problema é que, como a lógica acima explicou, o prazo de 2 dias para o repasse é muito complicado. Isso porque apenas bancos muito grandes, com bilhões em caixa, conseguiriam suportar essa carga tão grande em tão pouco tempo.
A medida é boa pois aquece o mercado ao estimular a "dívida" (não no sentido ruim) dos consumidores, já que com um tempo menor para receber, os lojistas vão incentivar mais o consumo através de pagamento a prazo, o que vai aumentar as vendas do setor.
Porém, essa medida também tiraria de cena alguns bancos pequenos, como o Nubank.
A startup de tecnologia mais popular do Brasil (e uma das mais premiadas do mundo) anunciou que se a medida fosse aceita, teria de fechar as suas portas pois não teria volume financeiro o suficiente para cobrir com a obrigação de repassar o dinheiro em dois dias para os lojistas.
Porém, nessa quarta-feira, o Nubank divulgou um comunicado oficial dizendo que não vai fechar as portas e que vai continuar operando, mesmo com a mudança de prazo.
Isso porque o Banco Central se pronunciou dizendo que a mudança de pagamento não será abrupta e que vai trabalhar com as empresas para poder fazer uma transição gradativa de forma a não prejudicar ninguém.
Assim, o Nubank afirmou que, por enquanto, continuará operando no Brasil mas que ainda não sabe quais mudanças o seu modelo de negócios sofrerá já que ainda não tem em mãos como essas mudanças serão implementadas.
Você é cliente Nubank e usa o aplicativo do serviço no seu telefone? O que achou disso tudo?