Sabe aquele filme de mistério e crime ou série policial que você gosta de assistir? Quantas vezes você não viu um caso onde o detetive da série tem em mãos uma imagem muito ruim do suspeito do crime e pede para a sua equipe técnica melhorar a imagem. Com apenas um clique no computador, a imagem totalmente desconfigurada se torna uma foto bem precisa e de muita qualidade do criminoso da história.
Quem trabalha com fotografia ou tratamento de imagens digitais sabe que na vida real, essa tecnologia não existe. Nós não conseguimos pegar uma imagem minúscula e conseguir melhorá-la a ponto de ser possível identificar pessoas a partir dela. Nem existe um algoritmo matemático que resolva essa questão com um simples botão. Bom, ainda.
A divisão de projetos de inteligência artificial do Google, a Google Brain, desenvolveu um processo matemático que pode aproximar uma imagem que tenha apennas 8x8 pixels.
O processo de redes neurais do google pega o borrão de imagens de uma foto com essas dimensões, ou seja apenas 64 pixels, e tenta criar em cima disso uma foto "fictícia" que seja igual a real. Chamamos de "fictícia" porque a imagem é totalmente criada pelo algoritmo do Google, o que significa que ela não retrata a verdade. Mas a intenção é calibrar esse sistema para ser capaz de fazer uma recriação 100% precisa.
O projeto da Google Brain usa duas redes neurais diferentes para funcionar. A primeira é uma rede de condicionamento, que vai fazer um mapeamento dos pixels da foto para tentar encontrar uma imagem parecida na Internet que sirva como base para a reconstrução.
Depois de encontrar uma foto parecida para usar como base, o algoritmo da Google Brain vai usar sua segunda rede neural, que analisa então cada pixel da foto e procura por fotos semelhantes onde encontraria pixels parecidos. Achando fotos de pessoas que tenham pixels nas mesmas posições, o programa vai reconstruindo a imagem pouco a pouco, com uma semelhança até que impressionante - se você clicar aqui, poderá ver exemplos dos resultados dos testes do programa.
É importante frisar que o programa do Google Brain ainda não atingiu o nível que serviria para, por exemplo, ser aplicado em casos policiais como nos seriados ou filmes. Mas já é bem interessante ver o funcionamento desse sistema, não é?