Imagine uma sensação muito boa que você tenha sentido em sua vida. Talvez o cheiro ou o gosto de um bolo feito pela sua mãe em uma tarde chuvosa ou a sensação de marcar o gol da vitória de uma partida de futebol com os amigos.
Agora imagine poder sentir isso de novo e de novo e de novo. Tudo ao toque de um botão.
Parece cenário de filme de ficção? Por enquanto ainda é, mas em breve pode se tornar realidade.
Isso porque cientistas da Universidade de Berkeley, na California, criaram uma máquina capaz de "projetar" sensações no cérebro de mamíferos e até mesmo alterar certas memórias.
Essa máquina nasceu de um estudo publicado por esses cientistas com o monitoramento de um pedaço específico do cérebro de um mamífero.
Eles monitoraram o funcionamento de neurônios nessa parte minúscula do cérebro (algo como 550 x 550 x 100 micrômetros) e registraram sempre que os neurônios dessa área eram ativados.
Depois disso, eles criaram a máquina capaz de enviar estímulos através de um projetor de hologramas para estimular os neurônios dessa área (com limitação de estímulo de 50 neurônios por vez, 300 vezes por segundo).
Com isso (e com o monitoramento), eles foram capazes de criar um sistema capaz de projetar certas sensações no cérebro de alguém, mesmo que os estímulos necessários para isso não estejam acontecendo.
Por exemplo, suponha que você vá comer o seu prato favorito. Pode ser uma feijoada, pizza, chocolate, o que for.
Assim que você come, provavelmente seu cérebro emite alguns sinais de que aquilo é muito bom e você fica muito feliz.
A máquina consegue, em teoria, mapear o funcionamento do cérebro nesse momento e depois projetar de volta para você esse sentimento, para você viver essa sensação de novo, sem precisar comer novamente.
Atualmente, em termos práticos, o mapeamento e projeção só são possíveis nessa área minúscula citada anteriormente (além disso, o estudo só foi realizado no cérebro de um rato). Mas, no futuro, os cientistas esperam expandir a máquina para realizar um monitoramento completo no cérebro humano.
O estudo feito pelos cientistas colocou alguns ratinhos em uma esteira e projetou os movimentos de andar, ver e se mover para que os ratos pudessem se movimentar na esteira.
Os ratos não andaram fisicamente, mas o monitoramento mostrou que eles responderam ao estímulo emitido (eles não andaram, mas sentiram como se tivessem andado).
O próximo passo é melhorar o equipamento e treinar os ratos para que eles efetivamente andem quando estimulados.
Se a máquina se aperfeiçoar e seguir seu desenvolvimento, é uma esperança para as várias doenças neurológicas do ser humano. A capacidade de projetar sensações e informações no cérebro humano pode ajudar a curar cegos, paraplégicos e outras doenças como o Alzheimer e afins.
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