O Grande Colisor de Hádrons, ou LHC para os mais íntimos, é um dos grandes inventos tecnológicos do Século XXI e provavelmente o instrumento que permitirá que entendamos melhor como o Universo começou e funciona. Sem dúvidas que ainda falaremos muito sobre o LHC pelas próximas décadas e ele será utilizado para levar a Humanidade para o próximo nível - agora com uma ajudinha do Brasil.
Um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (a USP) está finalizando no momento um chip de mais de R$ 1 milhão que será usado nos próximos testes do LHC na Suíça, a partir do ano que vem.
Intitulado Sampa, o equipamento foi desenvolvido inteiramente no Brasil e deverá ter a sua terceira versão entregue para os cientistas do CERN, responsáveis pelo LHC, no começo do ano que vem, quando os novos testes com o Colisor serão realizados.
O chip será integrado ao detector Alice, um dos principais do LHC. Ele será utilizado num dos mais importantes testes que o LHC fará no ano que vem, ao chocar em altíssima velocidade íons de chumbo para poder estudar quarks e glúons. Basicamente, a ideia é tentar captar um novo estado da matéria que teria habitado o Universo por apenas alguns microssegundos logo após o Big Bang.
O Sampa será necessário para o teste porque sua nova versão é muito mais avançada do que a versão lançada em 2014. O novo chip agora possui dezenas de novos canais de leitura e é capaz de transmitir uma quantidade de dados muito maior do que antes.
Assim, o Sampa será capaz de oferecer uma leitura muito mais precisa do impacto dos íons de chumbo, além de mostrar com maior precisão os resultados dessa colisão.
O Sampa ainda passará por alguns ajustes finais nesse fim de 2016 para poder estar calibrado e afinadíssimo para os testes do CERN em 2017. Serão enviadas mais de 80 mil unidades do chip para o LHC na Suíça, além de mais 10 mil unidades que serão produzidas para serem utilizadas em centros de pesquisa nos EUA. O que você acha dessa participação brasileira no futuro da ciência?