Na última terça-feira, dia 8 de novembro, aconteceram as eleições presidenciais nos EUA e o grande vencedor do pleito foi o empre´sario Donald Trump, do Partido Republicano, que foi eleito em disputa contra Hillary Clinton, ex-Secretária de Estado e candidata do Partido Democrata.
Políticas à parte, a eleição de Donald Trump gerou protestos de estudantes nos Estados Unidos e até mesmo a ameaça de um referendo na Califórnia para que o estado se tornasse independente dos EUA. Além dos imigrantes no país e dos estudantes americanos, quem também ficou ressabiado com a eleição de Trump foi o governo chinês.
Quem acompanhou a plataforma de governo de Donald Trump sabe que uma das suas principais propostas era o combate à fuga de empregos e produtos dos EUA para outros países, como a China por exemplo.
Trump disse mais de uma vez que iria enfrentar a China no mercado internacional se eleito e fazer com que as empresas resolvessem ficar nos EUA ao invés de enviar suas fábricas para outros países.
Por causa disso, Trump chegou inclusive a ameaçar um imposto de 45% do valor de qualquer produto que tenha sido manufaturado na China - o empresário americano tem tanta rivalidade com o país asiático que chegou a sugerir que o aquecimento global fosse uma "invenção dos chineses" para "tornar a indústria americana pouco competitiva".
Agora, o jornal estatal chinês Global Times, um dos "porta-vozes" do governo da China, revelou que o país asiático tem um plano para enfrentar essas medidas de Trump e inclusive fez algumas ameaças sutis.
Em um editorial publicado nesse fim de semana, o jornal ameaça:
"[Caso as ameaças de Trump se realizem] a China adotaria uma política de olho-por-olho. Muitos dos Boeings americanos que são encomendados seriam substituídos por Airbus [fabricados na Europa]. As vendas dos carros americanos e dos iPhones na China seriam drasticamente reduzidas e as importações de soja e milho dos EUA seriam interrompidas. A China também poderia limitar o número de estudantes chineses nos EUA".
O jornal ainda continuou dizendo que esse cenário não é muito provável:
"Trump, como o empresário perspicaz que é, não seria tão ingênuo. Nenhum dos últimos presidentes dos EUA foi ousado o suficiente para lançar uma guerra comercial com a China. Todos preferiram seguir uma linha mais cautelosa já que isso é mais consistente com os interesses dos EUA e mais aceitável para a sociedade americana", concluiu.
Ainda não sabemos como será oficialmente a política de comércio internacional de Donald Trump então fica difícil saber como essas coisas vão refletir para nós, no Brasil. Talvez com essa guerra, empresas americanas não poderão produzir seus produtos na China a baixo custo, o que poderia encarecer os importados.