Um dos grandes problemas que limita nossa capacidade de exploração espacial é a nossa alimentação no espaço. Como você deve saber, ainda não sabemos como fazer grandes plantações no espaço, nem como criar animais ou preparar alimentos mais complexos por lá.
É uma questão de espaço: precisamos de um ambiente controlado para isso e a Estação Espacial Internacional não é tão grande assim. Além disso, ainda não conseguimos estabelecer postos de comando na Lua ou Marte, o que dificulta esse trabalho.
Por isso, as duas principais respostas para essa questão ficam inviabilizadas: tanto não temos espaço para estocar alimentos (além de gastar mais combustível com o peso deles), como não temos estrutura ou água o suficiente para cultivar alimentos.
Porém, alguns astronautas e cientistas criaram uma solução exótica para esse problema.
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, nos EUA, desenvolveram uma máquina capaz de transformar fezes em comida.
O equipamento, um biorreator espacial, usa micróbrios para produzir uma biomassa rica em proteínas e gorduras.
Essa biomassa pode ser ingerida direta ou indiretamente por astronautas (ou seja, podemos comê-la diretamente ou comer animais que se alimentaram dela, ou mesmo plantas que a usaram como adubo).
Considerando que a alimentação dos astronautas em missões de médio ou longo prazo, que podem levar alguns anos, é um dos principais problemas para a NASA no momento, essa solução pode viabilizar muitas missões no espaço.
Esse biorreator espacial é um cilindro de cerca de 1 metro de comprimento com 10 centímetros de diâmetro. As fezes são colocadas dentro dele e entram em contato com micróbios específicos que decompõem o material por meio de digestão anaeróbica (parecida com a nossa). Através desse processo, os dejetos se transformam numa biomassa que pode ser ingerida pelos astronautas.
Apesar do artigo oficial publicado na Life Science in Space Research não mencionar o tempo que leva para os dejetos se transformarem em biomassa, o processo demora pouco já que os engenheiros e biólogos aplicaram uma técnica que é usada na purificação de água atualmente para apressar esse funcionamento.
Além disso, eles instalaram no equipamento um compartilhamento com bactérias Methylococcus capsulatu, que são capazes de se alimentar de metano. Elas ajudam e eliminar o metano gerado pelo processo e a diminuir os riscos de incêndio na Estação Espacial com esse equipamento.
E aí, o que achou da novidade? Você teria coragem de comer essa biomassa? Deixe um comentário abaixo!